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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Rio Grande do Norte - VACINA CONTRA GRIPE SUÍNA ENCALHA

Genebra (AE) - Há dois meses, governos se apressavam em tentar obter acordos para a compra da vacina contra a Influenza A, popularmente conhecida como gripe suína. Agora, em muitos locais da Europa, o produto está encalhado e governos já começam a devolver as vacinas às multinacionais. Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se recusou ontem a declarar o fim da pandemia do vírus H1N1, alertando que uma nova onda de infecções poderia ocorrer no final do inverno do Hemisfério Norte, entre março e abril.

Rodrigo SenaPacientes com sintomas de gripe aguardam atendimento médico no hospital Giselda TrigueiroPacientes com sintomas de gripe aguardam atendimento médico no hospital Giselda Trigueiro
A Suíça, que havia comprado 13 milhões de doses da vacina para seus 7 milhões de habitantes, anunciou ontem que quer se desfazer de 4,5 milhões de doses. Parte da explicação é o fato de que cada pessoa precisa de apenas uma dose e não duas como se estimava no início da pandemia. Mas outro fenômeno é o baixo interesse da população em se vacinar.

Na Espanha, a ministra da Saúde, Trinidad Jiménez, admitiu que está negociando com as empresas para devolver o produto. “Os contratos assinados com as empresas que nos venderam as vacinas - GSK, Novartis e Sanofi-Pasteur - incluem cláusulas que permitem devolver as vacinas para que se possa distribuir a outros países”, disse. A Espanha comprou 37 milhões de doses da vacina para sua população.

A ideia seria passar as doses para países que não assinaram contratos com empresas. Uma das preocupações da ONU no início da pandemia era de que o poder de compra dos países ricos deixasse as demais economias sem acesso ao produto.

Alguns estados alemães começam negociações com a GlaxoSmithKline para reduzir as encomendas. Em janeiro, Berlim abrirá negociações com outros países para transferir as vacinas encalhadas. Dois milhões de doses poderiam ser vendidas, das mais de 50 milhões que o país adquiriu.

Quem perde com isso são as empresas farmacêuticas. Segundo a Morgan Stanley, o lucro da Novartis poderia chegar a US$ 600 milhões com a doença, contra 750 milhões de euros para a Sanofi. Já a Glaxo teria lucro de mais de US$ 3 bilhões. Mas a devolução dos estoques pode reduzir até 15% os ganhos.

Pandemia

Duramente criticada por ter criado um sentimento de pânico, a Organização Mundial da Saúde se defende e alerta que é “muito cedo ainda” para dizer que a pandemia acabou. Keiji Fukuda, responsável dentro da organização pelo assunto, ainda insiste que a incerteza é o que marca a atual gripe. Para ele, França, Suíça e Leste Europeu mantêm um “nível elevado” da gripe “É improvável que uma pandemia possa desaparecer de um momento a outro”, disse. Na opinião dele, o principal será avaliar o que ocorrerá nos próximos quatro ou cinco meses.

Atendimento no Giselda cai após triagem médica

A média de pacientes atendidos no Pronto-socorro do Hospital Giselda Trigueiro diminuiu quase 50% com a intensificação da triagem de pacientes com suspeita de Gripe H1N1 na unidade, iniciada quarta-feira (16). O fluxo passou de 300 pacientes por turno de 12 horas, registrados após o Carnatal, para 187 pessoas no plantão diurno da quarta-feira. Ontem, a previsão era de que caísse mais: até as 17h foram 144 triagens.

A diretora do Hospital, Milena Martins, acredita que um motivo para a queda na procura foi a divulgação de que os Pronto-Atendimentos 24h do Município estariam atendendo pacientes com sintomas leves de gripe. Porém, durante todo o dia de ontem (17), o Pronto-atendimento de Cidade da Esperança esteve sem médicos. As duas clínicas gerais que estavam na escala da manhã e da tarde, não compareceram. Os pacientes que procuravam a Unidade voltaram para casa sem atendimento.

Já nos PA’s de Cidade Satélite e Pajuçara havia apenas um médico de plantão, conforme levantou por telefone a recepção do Giselda. A equipe que atendia a classificação de risco disse que a falta de médico não é a única dificuldade enfrentada pelos pacientes na rede municipal. “Em alguns postos, os médicos não querem atender pessoas gripadas, ou porque não têm paciência para esclarecer e orientar sobre a gripe A, ou por que não se sentem seguros para passar o Tamiflu”, explicou a atendente.

Problema semelhante ocorre na rede privada, segundo ela. “Eles encaminham para cá (Giselda), e o paciente já chega dizendo que quer fazer o exame SWAB, que só é feito nos casos graves e com autorização médica. Os hospitais privados recebem Tamiflu, não deveriam encaminhar para cá”, acrescentou ela.

De 1º de dezembro até ontem o Giselda Trigueiro havia notificado à Secretaria de Saúde Pública (Sesap) 249 pessoas com suspeita de terem contraído a Influenza H1N1. No mesmo período, 27 pacientes foram internados com quadro clínico grave, sendo que ontem eram oito internados. Doze pessoas morreram este ano.
Fonte: tribunadonorte

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