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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Dependentes químicos criam "cracolândia" em Lagoa Nova

Dezenas de moradores de rua têm se reunido embaixo de uma marquise na rua Doutor Horácio, no bairro de Lagoa Nova, há cerca de dois anos, com somente um objetivo: consumirem pedras e mais pedras de crack. São mulheres, homens, crianças e até famílias inteiras compartilhando da vida miserável que leva à dependência da droga

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Boa parte do grupo é formada por moradores de rua, que perambulam por vias como a Cônego Vanderlei e São Vicente Foto:Paulo Nascimento/DN/D.A Press

Muitos dos viciados vivem nas proximidades da "Cracolândia de Lagoa Nova" e passam dias e dias perambulando pelas ruas Cônego Luiz Wanderley, São Vicente e da Aurora, além da avenida Bernardo Vieira - região conhecida popularmente como Coqueiros. No início da manhã de ontem, eram pouco os que se concentravam na cracolândia. Seis pessoas, das quais cinco em um roda, já consumiam crack por volta das 9h da manhã, embaixo da marquise, o ponto "tradicional" para os viciados.

Um pouco mais afastado do grupo, deitado em uma calçada, encontrava-se o garoto Bruno, de apenas 15 anos, muitos dos quais já perdidos para adroga. Ele contou que não comia nada há mais de três dias e, enquanto dizia isso, assistia à distância sua mãe e seu pai, integrantes da roda de consumidores, "queimarem" pedras de crack. Bruno diz ter fugido do Centro Educacional (Ceduc) do Pitimbu há cerca de três meses. Desde então vive na rua. "Eu moro por aqui mesmo. Meus pais estão ali (aponta para a roda), junto com aquele pessoal. Não "peguei" nenhuma pedra ontem nem hoje", conta ele, que ainda diz não saber há quanto tempo vive ao relento.

Por volta das 11h30, a realidade do local começou a tomar formas diferentes da constatada no início da manhã. Aproximadamente 30 pessoas já se encontravam nas proximidades da Cracolândia de Lagoa Nova. Bruno, que estava afastado do grupo, já se encontrava nos braços da mãe e a recepção foi bastante diferente da ocorrida no início da manhã. Ameaças, gritos, correria e pedras voaram, tentando afastar o carro da reportagem. O mesmo garoto que mais cedo recebeu a reportagem, visivelmente alterado, foi um dos que chegoua atirar pedras.

DN

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