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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Greve dos coveiros de Natal faz famílias enterrarem seus mortos

Coveiros em greve em Natal (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)Os coveiros do Município de Natal entraram em greve depois de várias paralisações de advertência. De acordo com a categoria, no próximo dia 5 de outubro completam seis meses de atraso nos salários dos terceirizados da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). Com isso, o serviço de enterrar os mortos ficou por conta das próprias famílias.

O Cemitério Público Bom Pastor I, por exemplo, foi fechado nesta terça (25) pelos coveiros. François Roque, que trabalha no local, contou que não há condições de continuar o serviço, porque o atraso se estende por muito tempo. "A gente tá sem dar de comer aos nossos filhos. Os cartões estão atrasados", reclamou o coveiro.

No Cemitério Público Bom Pastor II, a Inter TV Cabugi encontrou zeladores contratados pelas famílias para trabalhar. De acordo com o administrados do cemitério, Reginaldo Dantas, são as próprias famílias, também, as responsáveis por enterrar seus parentes.

A situação é problemática para 132 funcionários de uma empresa terceirizada que prestam serviços à Semsur. Todos, segundo apurou a reportagem, teriam sido demitidos no mês de maio passado. E até então, não teriam recebido os direitos relativos à rescisão contratual.

Wilson Costa, presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Higienização e Limpeza do Rio Grande do Norte (Sindlimp), representante dos zeladores e coveiros de Natal, afirmou que entrou com uma ação solicitando o bloqueio das faturas que a Prefeitura tem a acertar com a empresa. Wilson Costa disse que na última sexta-feira (21) foram repassados R$ 400 mil à terceirizada, que pagou apenas parte dos funcionários com o dinheiro.

Já a Semsur, afirmou que os R$ 400 mil serão repassados para a empresa até o fim desta semana, e que a dívida será quitada. Sobre a rescisão contratual dos ex-funcionários, a Secretaria anunciou que só se pronunciará depois de uma audiência de conciliação marcada com a Prefeitura e o Sindlimp no próximo dia 5 de outubro, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

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